sábado, 10 de agosto de 2013

Um conto de fadas, ou não...

(continuação de :O que ficou por te contar) Todas as histórias fantásticas começam com 'era uma vez...', ou no 'tempo de...', inícios que nos põem a tentar adivinhar o que se passa asseguir... Eu vou contar-vos uma. Não começa por 'era uma vez'. não é fantasia, é real sentem-se e ouçam:

Depois do abraço do dia anterior, e da promessa da dona Maria de ir ver o meu jogo, aqui o Itor não conseguiu descansar o passarinho essa noite e portanto esteve na cama num estado de estupificação apaixonada na cama a manhã inteira a passar os cenários possíveis na cabeça, para fazer um brilharete à Maria...

Ora, posto que aqui o desportista tinha jogo nessa tarde teve de levantar o pandeiro da cama e ir almoçar cedo para fazer a digestão...

Lá se encaminhou então o wild bicho (porra patricia!!) para o campo para vestir-se, equipar-se, por ligaduras, aquecer, enfim essas tretas todas, mas a senhora dona maria resolvia não aparecer (descobri depois que se tinha perdido, enfim...), portanto aqui a estrela da equipa resolveu começar a panicar e a deprimir em pleno jogo... O que aconteceu então?? Pois, foi pro banco enquanto percorria a bancada com os olhos desiludidos... Vá lá, ao menos o senhor treinador chamou logo o capitão pra entrar e lá fui eu e foi aí que a vi, ela estava lá, ela tinha vindo ver, toca a picar o burro pra dar o máximo... 

Lá se jogou um pouco, não vos vou perturbar com promenores e regras enfadanhos, talvez fique para outro post, mas lá se viu o Itor isolado para a baliza e pronto para marcar um golo e levar a Maria ao êxtase... Ora isto teria acontecido se eu fosse realmente um herói, mas já avisei que isto não é um conto de fadas, portanto fui lento demais a decidir o que fazer e Pumba! Um gajo deles pra cima do Itor e lá ficou aqui o pseudo herói da fábula no chão contorcido de dores com uma falta por trás mesmo na área... Penalti claro, se o árbito não tivesse decidido que foi eu a atirar-me ao chão... Prontos, la ficou o Itor sem o golo, a maria sem o seu pseudo orgasmo e o árbito e os da outra equipa contra nós por termos reclamado... Lá continuou o jogo com aqui a personagem principal cheia de dores. Eis então que vejo uma pinga vermelha no chão e levanto a camisola e, ora bem como eide explicar, tinha um circulo (+- do tamanho de uma colhacha oreo) de pele viva com coisas brancas de onde em onde e sangue a escorrer disso, montes de sangue, a camisola por dentro estava já toda vermelha... Lá recambiou o Itor pro banco lamber as feridas e como o orçamento do clube é escasso teve de se inventar um penso com compressas e a Maria a assistir a isto tudo... Pronto o resto do jogo lá correu normal com várias mudanças de penso, e lá acabamos por perder... Aqui o Itor foi à rua ainda todo suado e ensanguentado falar com a Maria à rua (sim, nas história aparece um caveleiro branco, lavadinho e a cheirar bem, mas eh pá... prontos) e lá se conbinou eu ir buscá-la, a casa para irmos a uma festa de anos essa noite


(Se estão cansados, este é o momento para pararem, se ficarem, acalmem aí a passarinha que isto vai demorar)


Pois atão lá tomou o macho banho e foi pra casa cortar os pelos da sua beiça... E como o penso anterior tinha já encharcado em sangue aqui o pseudo herói resolver meter algodão na ferida preso com pensos, o que aconteceu?? Pois ao tirar o algodão o que restava da pela saiu... E doeu como o caralho! Mas pronto, lá voltei ao modo compressas e aguentousse

Prontos, lá foi o pseudo heroi  para o sofá vegetar e a passar na cabeça os cenários possiveis para essa noite e decidir ir ao intermarche comprar uma garrafa de tequilla para logo beber com a maria, mas o estúpido não se lembrou que os supermercadaros fecham e Maria teve de se contentar com umas rosas berradas no quintal do vizinho... Ora lá foi o bicho até à porta da moça todo pimpão e escanhuadinho com três rosas na mão e dá-lhe um abraço quando esta abre a porta... Como a senhora estava ainda por vestir lá esperou o moço por ela enquanto se ria já que a menina decidiu cantar enquanto se preparava...

Lá foi o casalinho feliz e contente inconsciente da paixão de um pelo outro a um barzinho da zona antes de ir ter com o pessoal, ora quem é que decidiu aparecer? Pois o ex da macha... Awkward... Pronto lá acabámos as bebidas e mudámos para ao pé dos nossos colegas.

Eis que, ao chegar, o poderoso remendo na pele do pseudo heroi decidiu decolar-se... Ora o Sr. Itor teria de ir a uma loja de encantamentos, conhecida no mundo real como farmácia e a princesa Maria ofereceu-se para o acompanhar... Estava a chover e lá iam os dois amantes à procura da farmácia Soeiro, a única de serviço, perderam-se, abraçaram-se à chuva, e olharam-se nos olhos, as suas bocas aproximaram-se, mas o olhar vacilou e tudo se transformou em um abraço... Depois lá se lembraram do caminho para a farmácia recondendo ao mapa do tesouro (conhecido por GPS) no telemóvel do cavaleiro ensanguentado.

Ao chegar à loja dos encantamentos, o caveleiro e a princesa abrem a porta e a dona do balcão esboça um sorriso ao ver o moço e a moça agarrados pensando que iria vender uma poção para afoguear a noite(conhecida como preservativos), até que o poderoso cavaleiro, saca da camisola e, qual espanto em vez de um corpo definido e bem tonificado observa-se uns peitorais +-, uma barriguinha protuberante e um circulo ensanguentado enorme, e com a sua angélica (mais demoníaca, mas pronto) voz, a personagem principal clama: 'Eram pensos por favor', ao qual a senhora das poções pergunta 'Desculpe??' (ora imaginem só a cara dela) , e o cavaleiro: 'Era um penso que cobrisse isto', mostrando o seu sorriso metálico... Ora bolas a senhora um pouco atrapalhada lá vai buscar os remendos e o cavaleiro paga e vão os dois amantes embora... Do outro lado da rua a moça remenda o moço apaixonadamente e o passeio na chuva é retomado no caminho de volta até ao bar...

Ao chegar ao bar o casalinho separa-se e vai ter cada um com a sua fação, o cavaleiro vai ter com o pajem, com o homem dos cavalos, com o da armadura (enfim, com a rapaziada) e a linda princesa vai ter com as suas aias e restantes princesas (portanto, com a raparigada que depois revelaram ser bruxas, mas isso é outra história).

Por compromissos mais ou menos sociais, a moçoila esteve com a meninada sem dar muita atenção ao cavaleiro e este a desesperar por atenção a um canto...

Ora uns jogos de setas e alguns shots depois, o concílio lá decidiu abandonar a taberna e ir dar um passeiozeco em comunidade, juntando-se aias com aios e princesa com cavaleiro mais afastados na retaguarda, agarradinhos e perdendo-se em carícias um com o outro e decidiram sentar-se num trono esculpido (um banco de jardim) para enfim, estarem um com o outro e mandaram os seus respetivos criados darem uma volta. Criado o ambiente retomaram onde ficaram, abraços calorosos, olhares nos olhos, as bocas a aproximaram-se a paixão latente e beijaram-se, o cavaleiro põem a linda princesa no colo e beijam-se até que se têm de ir embora... 



Ora eu sei que o bardo não é grande coisa e a cítara é inexistente, que o herói principal é demasiado burro e feio pra ser herói, que a loja de poções não passava de uma farmácia e que os aios e aias não passavam de amigos e a taberna, na realidade era um bar, mas nessa noite aquela rapariga transformou um rapaz num príncipe, que o rapaz mudou para melhor... 
Bem sei que isto não é são os famosos contos de fadas, não começa por 'era uma vez', nem acaba 'e viveram felizes para sempre', mas se assim fosse eu não estaria a escrever aqui e vocês não teriam esta história para ler!


Fim!

6 comentários: